sexta-feira, 25 de abril de 2025

Jazz - Chet Baker (1928-1988) - Strings & Ensemble (Recorded 1953-1956)

Disquinho de jazz para deixar a sexta à noite mais agradável. No caso em questão, temos os discos que marcaram a primeira fase do trompetista Chet Baker, gravando com uma orquestra de cordas. São registros com a música inconfundívelOs dois discos apresenta nomes como Zoot Sims, Herb Geller, Jack Montrose, Bud Shank e Bob Gordon. Além disso, ainda há uma apresentação do artista com uma "big band", realizada no ano de 1956.

Registro com a musicalidade inconfundível de Chet Baker; com a elegância característica. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

DISCO 01

Chet Baker & Strings (1954):
01. You Don't Know What Love Is
02. I'm Thru With Love
03. Love Walked In
04. You Better Go Now
05. I Married An Angel
06. Love
07. I Love You
08. What A Diff'erence A Day Made
09. Why Shouldn't
10. A Little Duet For Zoot And Chet
11. The Wind
12. Trickleydidlier

Bonus tracks (from Chet Baker Big Band, 1956):
13. Mythe
14. Worryin' The Life Out Of Me
15. Chet
16. Not Too Slow
17. Phil's Blues
18. Dinah
19. V-line

DISCO 02

Chet Baker Ensemble (1954):

01. Bockhanal
02. Ergo
03. Moonlight Becomes You
04. Headline
05. A Dandy Line
06. Little Old Lady
07. Goodbye
08. Pro Defunctus

Bonus Album: Chet Baker Sextet (1954):
09. Little Man, You've Had A Busy Day
10. Dot's Groovy
11. Stella By Starlight
12. Tommyhawk
13. I'm Glad There Is You
14. The Half Dozens
15. Dot's Groovy
16. Stella By Starlight

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Arnold Schoenberg (1874-1951) - Suite, Op. 29, Chamber Symphony No. 1 in E Major, Op. 9 e Kaiser-Walzer, Op. 437 (Arr. A. Schoenberg for Chamber Ensemble)

 
Disco excelente com a música de Schoenberg. Destaque para a Suite, Op. 29, escrita nos anos de 1925 e 1926. No período em que escreveu a obra, o compositor se encontrava imensamente envolvido com o sistema dodecafônico. Trata-se de uma das primeiras obras em que ele usou o método. É uma obra complexa e que desafia o nosso senso de percepção.  

Já a Chamber Symphony No. 1 é do ano de 1906. A obra é um marco nas produções do compositor, pois sugere um período de mudança estética. O compositor afastava-se das concepções da música do século XIX e passava a assumir uma linguagem que desembocaria na atonalidade. A Chamber Symphony é escrita para 15 instrumentos, o que confere uma sonoridade camerística, mas com características marcadamente orquestrais. 

As obras estão separadas por vinte anos e indicam momentos bem diferentes da vida do compositor. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Arnold Schoenberg (1874-1951) -

01 - Suite, Op. 29_ I. Ouverture. Allegretto
02 - Suite, Op. 29_ II. Tanzschritte. Moderato
03 - Suite, Op. 29_ III. Thema mit Variationen
04 - Suite, Op. 29_ IV. Gigue
05 - Chamber Symphony No. 1 in E Major, Op. 9
06 - Kaiser-Walzer, Op. 437 (Arr. A. Schoenberg for Chamber Ensemble)

Wien Concert-Verein
Martin Sieghart, regente
Käte Wittlich, piano
Harald Ossberger, piano

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quinta-feira, 24 de abril de 2025

Fryderyk Chopin (1810-1849) - Piano Concerto No. 2 in F minor, Op. 21 e Variations on 'La ci darem' from Mozart's 'Don Giovanni', Op. 2

Chopin é daqueles compositores cuja música é sempre bonita, sempre emotiva e sempre produz uma sensação de indizível bem-estar. Gosto muito de suas composições. Neste disco há pelo menos duas obras bem expressivas. A primeira delas é o Concerto para piano No. 2, escrito nos anos de 1829 e 1830. A obra apresenta as características identificáveis do romantismo e a estrutura clássica. O segundo movimento é de grande beleza. É possível perceber quase o desenvolvimento de um "noturno" por causa de tão grande delicadeza.

A outra singular obra do disco é "Variations on 'La ci darem' from Mozart's 'Don Giovanni', Op. 2", escrita em 1827, mas estreada em 1828. É uma obra solo para piano, estruturada em sete variações. Revela a perspectiva do compositor polonês em relação à obra de Mozart. As variações revelam a forma reverente com o qual o compositor interpreta a obra do austríaco. Todavia, possível notar o virtuosismo utilizado para exprimir a grandiosidade do espírito clássico. Chopin nunca decepciona.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Fryderyk Chopin (1810-1849) -

01 - Piano Concerto No. 2 in F minor, Op. 21 - I. Maestoso
02 - Piano Concerto No. 2 in F minor, Op. 21 - II. Larghetto
03 - Piano Concerto No. 2 in F minor, Op. 21 - III. Allegretto vivace
04 - Variations on 'La ci darem' from Mozart's 'Don Giovanni', Op. 2 - Introductio...
05 - Variations on 'La ci darem' from Mozart's 'Don Giovanni', Op. 2 - Theme Alle...
06 - Variations on 'La ci darem' from Mozart's 'Don Giovanni', Op. 2 - Variation 1...
07 - Variations on 'La ci darem' from Mozart's 'Don Giovanni', Op. 2 - Variation 2...
08 - Variations on 'La ci darem' from Mozart's 'Don Giovanni', Op. 2 - Variation 3...
09 - Variations on 'La ci darem' from Mozart's 'Don Giovanni', Op. 2 - Variation 4...
10 - Variations on 'La ci darem' from Mozart's 'Don Giovanni', Op. 2 - Variation 5...
11 - Variations on 'La ci darem' from Mozart's 'Don Giovanni', Op. 2 - Alla polacca
12 - Andante spianato and Grande polonaise brillante in E flat major, Op. 22 - And...
13 - Andante spianato and Grande polonaise brillante in E flat major, Op. 22 - Gra...

Warsaw Philharmonic Orchestra
Antoni Wit, regente
Eldar Nebolsin, piano 

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quarta-feira, 23 de abril de 2025

Joseph Haydn (1732-1809) - Symphony No. 101 in D major - "The Clock" e Johannes Brahms (1833-1897) - Symphony No. 4 in E minor, OP. 98


Este é um daqueles discos com o selo “jurássico”. Confesso que gosto bastante desses registros mais antigos. O disco traz dois trabalhos separados por quase cem anos. A Sinfonia No. 101, de Haydn, foi composta em 1794. Já a Sinfonia No. 4, de Brahms, foi escrita em 1884 e 1885. Cada um dos trabalhos revela as concepções estéticas da época em que foram criadas.

A Sinfonia No. 101, também conhecida como “O Relógio”, foi escrita após a visita de Haydn a Londres. Faz parte do ciclo de sinfonias denominado de “Sinfonias de Londres” (de 93 a 104). Ela recebeu esse apelido, pois, o segundo movimento, faz lembrar o onomatopeico tique-taque de um relógio antigo. O trabalho possui as características iluministas do classicismo vienense de ordem e razão, conjugado ao charme e à imaginação.

Já A Sinfonia No. 4, de Brahms, é outro universo. É repleta da robusta densidade emocional tão característica do romantismo brahmsiano. O compositor une a complexidade da forma a uma profunda reflexão. A Quarta de Brahms se destaca pelo aspecto sombrio, pela força introspectiva; pelas harmonias ricas, pela sobreposição de temas. Brahms não é piegas em sua reflexão, apesar do senso de tragédia e da melancolia austera preponderantes ao longo de toda jornada sinfônica. É daquelas obras-primas que sempre renovam o seu senso de beleza a cada vez que a escutamos.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

01 - Adagio – Presto
02 - Andante
03 - Menuetto. Allegretto
04 - Finale. Vivace
05 - Allegro non troppo
06 - Andante moderato
07 - Allegro giocoso – Poco meno presto – Tempo I
08 - Allegro energico e passionato – Piú Allegro 

Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks
Otto Klemperer, regente

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terça-feira, 22 de abril de 2025

Mieczyslaw Weinberg (1919-1996) - Symphony No. 1, Op. 10 e Symphony No. 7, Op. 81


 Passando por aqui apenas para realizar esta postagem rápida. São duas sinfonias do compositor polaco com alma soviética Mieczyslaw Weinberg, figura que tem aparecido por aqui com certa recorrência. A Sinfonia No. 1 foi escrita, em 1942, período de imensas dificuldades para o compositor. Com apenas 23 anos de idade, viu-se obrigado a fugir para União Soviética, pois seu país havia sido destroçado pelos nazistas. A obra o ajudou a se consolidar como um grande sinfonista. De início, já foi apadrinhado e acolhido por Shostakovich. De certa forma, a obra faz lembrar, em alguns momentos, os trabalhos iniciais de Shosta. É uma obra fortemente expressiva. Sua finalidade é exprimir o grito de resistência do compositor à barbárie da Guerra. 

Já A Sinfonia No. 7 é do ano de 1964. O cenário já era completamente outro. A obra aponta um compositor maduro e com uma visão estética bem diferente. Escrita para orquestra de câmara com um grupo de sete instrumentos de sopro solistas, ela representa uma mudança na abordagem orquestral de Weinberg, mais íntima, refinada e econômica nos meios. A obra, em alguns momentos, possui uma atmosfera melancólica, com toques de ironia e resignação. Revela o poder criativo do compositor.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Mieczyslaw_Weinberg (1919-1996) -

(01)_Symphony_No._1_-_I._Allegro_moderato_-_Doppio_piu_lento_-_Larghetto_-_Doppio_...
(02)_II._Lento
(03)_III._Vivace_-_Allegretto_grazioso_-_Tempo_I
(04)_IV._Allegro_con_fuoco
(05)_Symphony_No._7_-_I._Adagio_Sostenuto_-
(06)_II._Allegro_-_Adagio_sostenuto_-
(07)_III._Andante_-
(08)_IV._Adagio_Sostenuto_-
(09)_V._Allegro_-_Adagio_Sostenuto

Gothenburg Symphony Orchestra
(The National Orchestra of Sweden)

Thord Svedlund, regente

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segunda-feira, 21 de abril de 2025

Franz Schubert (1797-1828) - Piano Trio in E-Flat Major, D. 929, Op. 100 e Dmitri Shostakovich (1906-1975) - Piano Trio No. 2 in E Minor, Op. 67

 Disquinho maravilhoso. Traz dois trios escritos em períodos bem díspares. O primeiro é de 1827, escrito por Franz Schubert, um ano antes de sua morte. É um trabalho cuja beleza revela a genialidade do compositor. É um dos trios mais bonitos da história da música. O segundo movimento ficou imortalizado pela obra-prima "Barry Lyndon", de Stanley Kubrick. O segundo movimento é uma espécie de marcha fúnebre, que evoca uma tristeza contemplativa. É para ficar ouvindo por longos períodos. Tudo é contido, repleto de solenidade, mas carregado de tristeza. 

Já a segunda obra do disco é o Trio para piano no. 2, de Shostakovich. Foi escrito em 1944, no auge da Segunda Guerra Mundial. Trata-se de uma obra intensa, dramática, triste. O  compositor procura dirigir a obra tanto para um lamento pessoal - pois, seu amigo próximo (Ivan Sollertinsky) havia morrido -, quanto o sofrimento coletivo causado pelas agruras da guerra. A sonoridade é quase fantasmagórica em algumas passagens. Um discaço! Gosto de coisas assim. Escutei-o por duas vezes. Não deixe de fazê-lo. Uma boa apreciação!

01. Schubert- Piano Trio in E-Flat Major, D. 929, Op. 100- I. Allegro
02. Schubert- Piano Trio in E-Flat Major, D. 929, Op. 100- II. Andante con moto
03. Schubert- Piano Trio in E-Flat Major, D. 929, Op. 100- III. Scherzo
04. Schubert- Piano Trio in E-Flat Major, D. 929, Op. 100- IV. Allegro moderato
05. Shostakovich- Piano Trio No. 2 in E Minor, Op. 67- I. Andante - Moderato
06. Shostakovich- Piano Trio No. 2 in E Minor, Op. 67- II. Allegro con brio
07. Shostakovich- Piano Trio No. 2 in E Minor, Op. 67- III. Largo
08. Shostakovich- Piano Trio No. 2 in E Minor, Op. 67- IV. Allegretto - Adagio

Trio Zeliha

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domingo, 20 de abril de 2025

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Late Quartets

Os chamados "Lates Quartets" (últimos quartetos de cordas) de Beethoven são assim denominados, pois foram escritos em sua fase madura. O compositor encontrava-se no auge de sua concretude artística. As obras são uma das maiores realizações da música de câmara de todos os tempos. Foram escritas, pois, entre os anos de 1824 e 1826; período este, em que o compositor já se encontrava completamente surdo. Elas são famosas tanto pelas reflexões filosóficas quanto pela dimensão da estrutura musical. 

Classificam-se os quartetos do compositor em três fases, a saber: fase inicial - marcada pela influência de Haydn e Mozart e, portanto, marcadamente clássica; fase intermediária - de expansão formal e expressiva; e fase final - marcada pela inovação, introspecção e profundidade filosófica. De certa forma, essas obras finais de Beethoven apontaram para as mudanças que ocorreriam no século XX com Bartók, Schoenberg e Shostakovich, mestres inomináveis da música de câmera. 

Neste postagem temos gravações com quase cem anos. Foram gravadas entre os anos 30 e início da década 40 do século passado. A gravação possui as marcas do tempo, mas são de boa qualidade. Escutei o disco ao longo da semana. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) -

01 - Beethoven Quartet 7 - 1st mvt. - Allegro
02 - Beethoven Quartet 7 - 2nd mvt. - Allegretto vivace e sempre scherzando
03 - Beethoven Quartet 7 - 3rd mvt. - Adagio molto e mesto
04 - Beethoven Quartet 7 - 4th mvt. - Theme Russe
05 - Beethoven Quartet 12 - 1st mvt. - Maestoso - Allegro
06 - Beethoven Quartet 12 - 2nd mvt. - Adagio, ma non troppo e molto cantabile
07 - Beethoven Quartet 12 - 3rd mvt. - Scherzando vivace
08 - Beethoven Quartet 12 - 4th mvt. - Finale
09 - Beethoven Quartet 13 - 1st mvt. - Adagio ma non troppo - Allegro
10 - Beethoven Quartet 13 - 2nd mvt.- Presto
11 - Beethoven Quartet 13 - 3rd mvt. - Andante con moto, ma non troppo
12 - Beethoven Quartet 13 - 4th mvt. - Alla danza tedesca (Allegro assai)
13 - Beethoven Quartet 13 - 5th mvt. - Cavatina (Adagio molto espressivo)
14 - Beethoven Quartet 13 - 6th mvt. - Finale (Allegro)
15 - Beethoven Quartet 14 - 1st mvt. - Adagio
16 - Beethoven Quartet 14 - 2nd mvt. - Allegro molto vivace
17 - Beethoven Quartet 14 - 3rd mvt. - Allegro moderato
18 - Beethoven Quartet 14 - 4th mvt. - Andante ma non troppo e molto cantabile
19 - Beethoven Quartet 14 - 5th mvt. - Presto
20 - Beethoven Quartet 14 - 6th mvt. - Adagio quasi un poco Andante
21 - Beethoven Quartet 14 - 7th mvt. - Allegro
22 - Beethoven Quartet 15 - 1st mvt. - Assai sostenuto - Allegro
23 - Beethoven Quartet 15 - 2nd mvt. - Allegro ma non tanto
24 - Beethoven Quartet 15 - 3rd mvt. - Molto adagio
25 - Beethoven Quartet 15 - 4th mvt. - Alla Marcia, assai vivace
26 - Beethoven Quartet 15 - 5th mvt. - Allegro appassionato
27 - Beethoven Quartet 16 - 1st mvt. - Allegretto
28 - Beethoven Quartet 16 - 2nd mvt. - Vivace
29 - Beethoven Quartet 16 - 3rd mvt. - Lento assai cantate e tranquillo
30 - Beethoven Quartet 16 - 4th mvt. - Grave - Allegro, Grave ma non troppo tratto - Allegro

The Busch String Quartet

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sábado, 19 de abril de 2025

Felix Mendelssohn (1809-1847) - Violin Concerto in E Minor, Op. 64 e Piotr I. Tchaikovsky (1840-1893) - Violin Concerto in D Major, Op. 35

Nesta postagem estão dois dos mais importantes e cultuados concertos para violino do repertório orquestral. São duas verdadeiras joias; duas obras-primas. O primeiro deles é o de Mendelssohn. Talvez, tenha sido o primeiro concerto para violino pelo qual me apaixonei. A entrada triunfal do violino, apaixonada, densa, carregada de energia, no primeiro movimento, deixava-me com a sensação de algo sublime. Até hoje é um dos meus prediletos. Mendelssohn o escreveu entre os anos de 1838 e 1844 e o dedicou ao violinista Ferdinand David, seu grande amigo. O Op. 64 estabelece um marco entre o Romantismo e o Classicismo. A obra busca equilibrar o refinamento clássico com o lirismo apaixonado do período romântico, sem exibicionismo, permitindo que o violino flua, afirme a sua voz com clareza e emoção. Há um senso de economia por parte da orquestra a fim de permitir que o violino explore timbres leves, claros, quase transparentes. É uma verdadeira joia. 

O segundo Concerto, o Op. 35, de Tchaikovsky é outra obra extraordinária do período romântico. Foi escrito, em 1878, em um período de recuperação emocional do compositor. Ele encontrava-se na Suíça. Buscava recobrar as forças. Enfrentara uma separação dolorosa e turbulenta. Em meio às paisagens tranquilas, o compositor se sentiu inspirado. De início, houve críticas pouco receptivas à obra. Hanslick - como era próprio de sua férula (inclusive, era um desafeto de Bruckner e da música wagneriana) - afirmou que o Op. 35 "cheirava carne queimada". Tudo aquilo que não seguisse os parâmetros da música de Mozart, Beethoven, Schumann e Brahms era descartável para o crítico. Hoje, a obra é uma das mais belas obras do repertório violinístico. É, simplesmente, apaixonante. A obra é de difícil interpretação. É vibrante. Contagiante. 

Ouvi-la é mergulhar numa jornada emocional intensa. É a alma romântica sendo apresentada em estado puro. Este disco do selo Naxos traz uma interpretação à altura dos dois concertos. Excelente violinista esse Guido Sant’Anna. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

01. Mendelssohn: Violin Concerto in E Minor, Op. 64, MWV O14: I. Allegro molto appassionato -
02. Mendelssohn: Violin Concerto in E Minor, Op. 64, MWV O14: II. Andante -
03. Mendelssohn: Violin Concerto in E Minor, Op. 64, MWV O14: II. Allegretto non troppo - III. Allegro molto vivace
04. Tchaikovsky: Violin Concerto in D Major, Op. 35: I. Allegro moderato
05. Tchaikovsky: Violin Concerto in D Major, Op. 35: II. Canzonetta. Andante
06. Tchaikovsky: Violin Concerto in D Major, Op. 35: III. Finale. Allegro vivacissimo

São Paulo Symphony Orchestra
Thierry Fischer, regente
Guido Sant’Anna, violino

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sexta-feira, 18 de abril de 2025

Gottfried August Homilius (1714-1785) - Johannespassion

"A Paixão Segundo São João", de Homilius, é uma das obras religiosas mais expressivas do período iluminista alemão. É também uma das obras mais importantes do compositor alemão Gottfried August Homilius. Trata-se de uma paixão tardia, cuja composição reflete uma explícita influência da música barroca, ou seja, apontando para os predecessores - principalmente, Bach - mas, afinando-se às novas tendências estéticas do período clássico. 

Ela foi escrita por volta de 1775. Bach morrera 25 anos antes. Homilius foi organista e maestro na Capela de Kreuzkirche, em Dresden, e boa parte de suas produções são religiosas. No final do ano passado, postei outra obra dele, a "Paixão segundo São Mateus". Sua "Paixão segundo São João" procura intensificar o drama do texto bíblico, ao mesmo tempo que adota uma clareza harmônica e melódica, bem típica do estilo galante. Dessa forma, o compositor procura retratar a profundidade emocional do barroco e a sensibilidade, a clareza do classicismo. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Gottfried August Homilius (1714-1785) -

DISCO 01

01. Teil 1. Choral Der Fromme stirbt
02. Recitativo Da Jesus solches geredet hatte
03. Choral Mitten wir im Leben sind
04. Recitativo Als nun Jesus wusste alles
05. Aria (B) Nun kommt die Stunde meiner Leiden
06. Recitativo Da fragte er sie abermal
07. Choral Christe, aller Welt Trost
08. Recitativo Da hatte Simon Petrus ein Schwert
09. Aria (A) Wer kann den Rat der Liebe fassen
10. Recitativo Simon Petrus aber folgete Jesum nach
11. Aria (T) Dein Wort ist Geist und Kraft und Segen
12. Recitativo Da er aber solches redete
13. Choral Was macht denn nur die wuste Not
14. Recitativo Simon Petrus aber stund
15. Recitativo Dich zu bekennen, Herr
16. Aria (S) Vor dir, dem Vater
17. Recitativo Da fuhreten sie Jesum
18. Choral Gloria sei dir gesungen
19. Recitativo Da sprach Pilatus zu ihm
20. Arioso (T) Den Morder, Barrabam
21. Aria (T) Herr, mach dich auf
22. Choral Unter deinen Schirmen

DISCO 02


01. Teil 2. Choral Weg, Welt, mit deinen Freuden
02. Recitativo Da nahm Pilatus Jesum
03. Aria (A) Ich zage, Herr
04. Recitativo Pilatus spricht zu ihnen
05. Aria (B) Ich bin der Allmachtge
06. Recitativo Darum, der mich dir uberantwortet hat
07. Aria (S) Der Sohn soll sterben
08. Recitativo Sie nahmen aber Jesum
09. Choral Selig sind, die aus Erbarmen
10. Recitativo Darnach, als Jesus wusste
11. Duetto (SS) Wir weinen dir und deiner Tugend
12. Recitativo Die Juden aber
13. Choral Schreibe deine blutgen Wunden
14. Recitativo Und der das gesehen hat
15. Aria (T) Wenn, Heiland, die dich schmahn
16. Recitativo Darnach bat Pilatum Joseph von Arimathia
17. Coro O Gottes Lamm

Dresdner Barockorchester
Dresdner Kreuzschor

Roderich Kreile, regente

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Johann Sebastian Bach (1685-1750) - Easter Oratorio, BWV. 249 e Ascension Oratorio, BWV. 11

Aquilo que veio a ser conhecido como "Easter Oratorio" ("Oratório de Páscoa) foi composto em 1725. No entanto, ele passou por algumas revisões. A mais conhecida é do ano de 1738. Inicialmente, foi composto com a intenção de ser uma cantata. Acabou sendo expandido para um oratório, que possui uma estrutura mais elaborada. A obra narra os eventos ocorridos na manhã de Páscoa, quando as mulheres vão ao túmulo à procura de Jesus e não o encontram; além disso, aborda o encontro de Jesus com João Pedro. A obra possui uma atmosfera de júbilo, de celebração, pois há a concretude da ressurreição de Jesus. Bach emprega melodias vibrantes, ritmos animados e harmonias que procuram transmitir a emoção do texto.

Já o "Ascensio Oratorio" ("Oratório de Ascensão"), composto em 1735, enfatiza a subida de Jesus aos céus, conforme narrado pelo livro de Atos dos apóstolos, atribuído a São Lucas. A obra é dividida em duas partes, abrangendo a despedida de Jesus dos discípulos e a promessa do Espírito Santo. A obra alterna entre reflexão e exultação e isso pode ser observado pelos recitativos, pelas árias; duetos que reproduzem os diálogos e coros poderosos e belos - bem ao estilo Johann Sebastian Bach. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Johann Sebastian Bach (1685-1750) -

Easter Oratorio, BWV. 249
01. Sinfonia
02. Adagio
03. Chorus & Duetto: Kommt, eilet und laufet
04. Recitativo: O kalter Männer Sinn
05. Aria: Seele, deine Spezereien
06. Recitativo: Hier ist die Gruft
07. Aria: Sanfte soll mein Todeskummer
08. Recitativo: Indessen seufzen wir
09. Aria: Saget, saget mir geschwinde
10. Recitativo: Wir sind erfreuet
11. Chorus: Preis und Dank

Ascension Oratorio, BWV. 11
12. Chorus: Lobet Gott in seinen Reichen
13. Evangelist: Der Herr Jesus hub seine Hände auf
14. Recitativo: Ach, Jesu, ist dein Abschied schon so nah?
15. Aria: Ach, bleibe doch, mein liebstes Leben
16. Evangelist: Und ward aufgehoben zusehends
17. Chorale: Nun lieget alles unter dir
18. Evangelist: Und da sie ihm nachsahen gen Himmel fahren
19. Recitativo: Ach ja! So komme bald zurück
20. Evangelist: Sie aber beteten ihn an
21. Aria: Jesu, deine Gnadenblicke
22. Chorale: Wenn soll es doch geschehen

Retrospect Ensemble

Matthew Halls, regente
Carolyn Sampson, soprano
Iestyn Davies, contratenor
James Gilchrist, tenor
Peter Harvey, baixo

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quinta-feira, 17 de abril de 2025

Jazz - The Dave Brubeck Quartet - "Paper Moon"

 

"Paper Moon" foi lançado em 1981. É, portanto, um disco tardio do lendário pianista Dave Brubeck. Para gravá-lo, o jazzista renovou o seu quarteto. O disco é um retorno ao estilo lírico e cheio de "swing" bem característicos das décadas anteriores. O álbum foi gravado com o saxofonista Jerry Bergonzi, o baixista Chris Brubeck (filho de Dave) e o baterista Randy Jones. Diferentemente da formação clássica com Paul Desmond, esse novo quarteto apresenta uma sonoridade mais contemporânea, mas sem perder a elegância e a leveza características do grupo. A presença de Chris Brubeck no baixo elétrico também traz uma pegada um pouco mais moderna para algumas faixas. 

O repertório de "Paper Moon" é formado por clássicos "standards" do jazz americano. Ao regravá-los, o quarteto realiza recriações com arranjos criativos, improvisações características e uma pulsação rítmica com nível elaborado de refino. Um disco imensamente agradável para ouvir a qualquer momento. Não deixe de fazê-lo. Uma boa apreciação!

01. Music, Maestro, Please! (08:56)
02. I Hear a Rhapsody (06:06)
03. Symphony (05:09)
04. I Thought About You (05:21)
05. It's Only a Paper Moon (05:33)
06. Long Ago and Far Away (08:02)
07. St. Louis Blues (03:11)

The Dave Brubeck Quartet

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Leopold Mozart (1717-1787) - Kindersinfonie e Die musikalische Schlittenfahrt, W. A. Mozart (1756-1791) - Ein musikalischer Spass F-Dur KV 522

Este disco de musicalidade agradável e espirituosa traz Mozart pai e Mozart filho. Apresenta-nos duas obras do pai e uma obra do filho. A primeira delas é a famosa “Sinfonia dos brinquedos”. Há certos questionamentos sobre a autoria da obra, mas atribui-se a Leopold Mozart. O fato é que a obra é bastante incomum. Ela foi escrita por volta de 1755. Sua principal característica é a inclusão de brinquedos como instrumentos musicais – apitos, tamborins, guizos e pequenos trompetes. Esses instrumentos conferem à obra um caráter brincalhão e inusitado. Cria-se com isso um ambiente festivo, descontraído.

Leopold ao usar tais instrumentos, talvez, quisesse agradar ao ambiente cortesão, já que recebia encomendas musicais de famílias ricas. A música é galante, acessível, divertida, com intenções de agradar aos pagantes.

A outra obra famosa de Leopold é o “Passeio de Trenó Musical”. Foi escrita em 1756, o ano de nascimento do seu filho famoso. Trata-se de música programática. Leopold era imbatível na construção de histórias ou de descrições por meio de sons. No caso em questão, ele descreve um passeio de trenó através da neve, com a música imitando o trotar cavalos, o tilintar dos sinos, o vento cortante do inverno. A obra procura enfatizar os efeitos descritivos por meio do colorido orquestral. Com isso, procura-se retratar, como era comum, no século XVIII, a representação de cenas campestres, ao ar livre.

A terceira obra do disco é o KV 522, de Wolfgang A. Mozart (“Um divertimento musical” ou “Uma brincadeira musical”). A peça é uma paródia das composições malfeitas de músicos menos talentosos. Mozart utiliza de propósito erros de harmonia, modulando de forma abrupta, com temas pobres e repetitivos, além de cadências forçadas e mal resolvidas.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação.

01 Kindersinfonie- I. Allegro
02 Kindersinfonie- II. Menuetto
03 Kindersinfonie- III. Finale, Allegro
04 Die Bauernhochzeit- I. Marcia villanesca
05 Die Bauernhochzeit- II. Menuet
06 Die Bauernhochzeit- III. Andante
07 Die Bauernhochzeit- IV. Menuet
08 Die Bauernhochzeit- V. Finale, Molto Allegro
09 Die musikalische Schlittenfahrt- Nr. 1 Ouverture, Resolution
10 Die musikalische Schlittenfahrt- Nr. 2 Die Verwirrung in den Stallen- Allegro
11 Die musikalische Schlittenfahrt- Nr. 3 Die Schlittenfahrt- Allegretto
12 Die musikalische Schlittenfahrt- Nr. 4 Das Schutteln der Pferde- Largo
13 Die musikalische Schlittenfahrt- Nr. 5 Aufzug, Marsch
14 Die musikalische Schlittenfahrt- Nr. 6 Festmusik- Allegro
15 Die musikalische Schlittenfahrt- Nr. 7 Aufzug, Marsch
16 Die musikalische Schlittenfahrt- Nr. 8 Die Schlittenfahrt- Allegretto
17 Die musikalische Schlittenfahrt- Nr. 9 Das vor Kalte zitternde Frauenzimmer- Andante
18 Die musikalische Schlittenfahrt- Nr. 10 Des Balles Anfang- Menuett
19 Die musikalische Schlittenfahrt- Nr. 11 Der Kehraus- Allegro
20 Die musikalische Schlittenfahrt- Nr. 12 Die Schlittenfahrt- Allegretto
21 W.A.Mozart_Ein musikalischer Spass F-Dur KV 522- I. Allegro
22 W.A.Mozart_Ein musikalischer Spass F-Dur KV 522- II. Menuetto, Maestoso
23 W.A.Mozart_Ein musikalischer Spass F-Dur KV 522- III. Adagio cantabile
24 W.A.Mozart_Ein musikalischer Spass F-Dur KV 522- IV. Presto

Kammerorchester Berlin
Helmut Koch, regente
Staatskapelle Dresden
Otmar Suitner

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quarta-feira, 16 de abril de 2025

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Violin Concerto in D Major, Op. 61 e Romance for Violin and Orchestra Nos. 1 & 2

Beethoven foi um compositor magnânimo quando o que estava em jogo era a ideia de profundidade emocional. Suas obras vertem fortes impressões. Suas sonatas para piano são reflexões existenciais em forma de poesia musical. Beethoven sabia unir rigor técnico a um lirismo único. É o que podemos perceber neste disco regido por Rostropovich e que apresenta como intérprete Maxim Vengerov.

O Concerto para violino, Op. 61, de Beethoven, único do gênero que ele escreveu, foi escrito no ano de 1806. A obra foi dedicada ao violinista Franz Clement. Teve uma recepção morna no período, mas, que ao longo do tempo, adquiriu uma grande reputação. Hoje, a obra é considerada uma das principais composições do repertório violinístico.

A obra foi escrita em um período em que a surdez começava a se manifestar no compositor. Esse período é marcado pelo descolamento do compositor das concepções mais clássicas. É aquilo que os estudiosos da obra do compositor classificam como “segunda fase”, quando as obras mais maduras e profundas começam a ser concebidas.

As outras duas obras são os dois Romances para violino, obras cujas beleza impressiona. São obras de grande lirismo. Revelam - como já afirmado – a linguagem profundamente emocional do compositor. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

 Ludwig van Beethoven (1770-1827) -


01. Violin Concerto in D Major, Op. 61_ I. Allegro ma non troppo
02. Violin Concerto in D Major, Op. 61_ II. Larghetto
03. Violin Concerto in D Major, Op. 61_ III. Rondo. Allegro
04. Romance for Violin and Orchestra No. 1 in G Major, Op. 40
05. Romance for Violin and Orchestra No. 2 in F Major, Op. 50

London Symphony Orchestra
Mstislav Rostropovich, regente
Maxim Vengerov, violino

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terça-feira, 15 de abril de 2025

Otorrino Respighi (1879-1936) - Fontane di Roma, Pini di Roma, Antiche Danze ed Arie e Suite III e Tomaso Albinoni (1671-1751) - Adagio for Strings and Organ in G Minor


Já afirmei isso em outras postagens. Gosto da música de Otorrino Respighi. Apesar das dubiedades frente ao fascismo italiano, sua música é de excelente qualidade. Gosto de suas evocações elegíacas, das texturas ricas de sua música; do seu olhar para o passado, principalmente para representar em forma de música a estética romana. Isso se coadunava com a sua perspectiva nacionalista. Neste disco, regido por Karajan, encontramos algumas das suas obras conhecidas.

A primeira das obras é a "Fontane di Roma", escrita em 1917. A obra explora, por meio de uma dicção impressionista, a alma, a atmosfera de Roma. É perceptível a influência de Debussy na obra. Eu, particularmente, fico por horas a repetir o terceiro movimento - "Fontana da Villa Médici ao entardecer". Inclusive, utilizo-o em alguns momentos para dormir. Fecho os olhos e imagino aquele mundo repleto de belezas indescritíveis. Como deveria ser um entardecer em Roma?  Quais cintilações eram produzidas na arquitetura do poderoso Império?  

Já os "Pines di Roma" ("Os pinheiros de Roma") - composta em 1924 - é outra obra cujos efeitos impressionistas provocam em mim uma grande admiração. A obra é dividida em quatro movimentos, cada movimento descrevendo diferentes cenas de um pinheiro. É algo que provoca a nossa imaginação. Um exemplo é segundo movimento - "Pinheiro preso em uma catacumba". É algo que constitui um belo quadro evocativo. O quarto movimento - "Pinheiros da via Ápia" - culmina em final triunfante, como se os pinheiros testemunhassem a marcha de uma legião romana.

Há ainda no disco duas outras obras compositor. O destaque fica por conta da Suite III, escrita em 1931. Ao final do disco, aparece o imorredouro Adagio, de Albinoni.  Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Otorrino Respighi (1879-1936) -

01 - 1. The Valle Giulia Fountain at Daybreak
02 - 2. The Triton Fountain In The Morning
03 - 3. The Trevi Fountain At Midday
04 - 4. The Villa Medici Fountain At Sunset
05 - 1. The Pines Of Villa Borghese
06 - 2. The Pines Near A Catacomb
07 - 3. The Pines Of The Janiculum
08 - 4. The Pines Of The Appian Way
09 - I. Italiana (Anonymous)
10 - II. Arie di corte (Besard)
11 - III. Siciliana (Anonymous)
12 - IV. Passacaglia (Roncalli)
13 - I. Introduzione
14 - II. Minuetto. Allegretto _Tanz der Blinden_
15 - III. Largo assai, senza rigor di Battuta
16 - IV. Passacalle. Allegro vivo
17 - V. Ritirata. Maestoso
18 - Adagio for Strings and Organ in G Minor (Recorded 1969)

Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan, regente

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segunda-feira, 14 de abril de 2025

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-91) - Requiem in D Minor, K. 626 e Vesperae solennes de confessore K339


As duas obras de cunho religioso, de Mozart, presentes neste disco servem para iniciar esta Semana Santa. A primeira delas é o famoso e indescritível Réquiem do compositor. Quanto mais escutamos a obra, mais ficamos abismados com a beleza imorredoura e a sua força espiritual. O Réquiem é daquelas obras cuja escrita já nos coloca diante da ideia do fabuloso, do mítico. É a última obra do compositor. Mozart a deixou inacabada. Coube ao seu discípulo Franz Xaver Süssmayr concluir a maravilhosa obra. O Réquiem é uma obra que carrega um drama, eivada por uma energia espiritual incomum e uma atmosfera sombria. A obra funciona como uma expressão da própria condição limitada do ser humano diante da mortalidade.

Já o K. 339 foi escrito, em 1780, para uso litúrgico na Catedral de Salzburgo. A “Vesperae solennes de confessore” é um conjunto de peças para as Vésperas, uma das orações canônicas da Igreja Católica. A obra constituída por seis movimentos, baseados em salmos e no Magnificat. O caráter de cada parte varia, refletindo o texto cantado: há passagens solenes, jubilosas, e também mais introspectivas. Um destaque é o célebre Laudate Dominum, um solo de soprano de beleza serena e melodia sublime, acompanhado por cordas suaves e coro etéreo no final. A obra revela a genialidade do compositor para unir a tradição eclesiástica à clareza formal do estilo clássico.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-91) -

Requiem in D Minor, K. 626:
01. I. Introitus (04:25)
02. II. Kyrie (02:19)
03. III. Sequentia: 1. Dies irae (01:57)
04. III. Sequentia: 2. Tuba mirum (02:49)
05. III. Sequentia: 3. Rex tremendae (01:59)
06. III. Sequentia: 4. Recordare (04:06)
07. III. Sequentia: 5. Confutatis (02:19)
08. III. Sequentia: 6. Lacrimosa (03:06)
09. III. Sequentia: 7. Amen (01:05)
10. IV. Offertorium: 1. Domine Jesu (03:12)
11. IV. Offertorium: 2. Hostias (03:21)
12. V. Sanctus (01:24)
13. VI. Benedictus (05:12)
14. VII. Agnus Dei (03:37)
15. VIII. Communio: Lux aeterna (05:20)

Vesperae solennes de confessore K339
16. I. Dixit Dominus (04:12)
17. II. Confitebor (04:12)
18. III. Beatus vir (04:48)
19. IV. Laudate pueri (03:10)
20. V. Laudate Dominum (04:10)
21. VI. Magnificat (04:24)

Requiem K626:

22. Tuba mirum (alternative version) (03:19)

Bach Collegium Japan
Masaaki Suzuki, regente

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domingo, 13 de abril de 2025

Gustav Mahler (1860-1911) - Symphonies 3, 4 & 9

Os trabalhos sinfônicos, de Mahler, são profundas expressões de suas angústias e inquietações filosóficas. De certa forma, esses trabalhos refletem sobre a própria modernidade. Nelas, encontramos os dilemas humanos e o que a própria música é capaz de nos entregar frente ao absoluto. 

A Terceira Sinfonia, composta entre os anos de 1895 e 1896, é uma verdadeira galáxia, repleta de luzes e sombras. Ela oscila entre o luminosa da esperança e as incertezas escuras. É um dos mais demorados trabalhos sinfônicos existentes; chega a quase 1 hora e 40 minutos. Ela migra dos movimentos abruptos do início ao lirismo idílico dos movimentos centrais; do contraste inquietante das reflexões graves aos interlúdios vocais. E, por fim, tudo termina com um sereno, mavioso, adagio que nos transporta para a eternidade. Tudo é grandioso, vasto, como se Mahler estivesse a refletir no plano filosófico espiritual os dissabores e os sabores da própria vida. 

A Quarta é a mais suave das sinfonias do compositor. Penso até que, se alguém pretende começar uma incursão pelos trabalhos do compositor, deve começar pela Quarta. Apesar de sugerir uma ideia de inocência, há sutilezas e uma ironia ambígua que contradiz a própria ideia de inocência. É como se Mahler sugerisse que a inocência não pode durar para sempre. Mesmo a ideia de um paraíso descrito por uma criança, como pode ser observado no quarto movimento (cantado por uma soprano), é uma expectativa que pode se dissipar com os ventos da própria vida.

Já a Nona, composta entre os anos de 1908 e 1909, é o último trabalho sinfônico concluído pelo compositor. A Décima ficou inacabada. Ela é uma explicitação das angústias do compositor com a ideia da mortalidade. Mahler descobrira que era portador de um sério problema cardíaco; e perdera também sua filha recentemente. Inquieto como era, resolveu refletir sobre as vicissitudes que é a própria vida de todos nós. Mahler não apela para a redenção - como fizera com a Segunda ou com a Sexta. Não há grandes expectativas. Há uma aceitação honrosa e digna do trágico. É como se o tempo nos preparasse para o silêncio. O sarcasmo e o burlesco ainda estão presentes. Mas é como se o tempo diluísse todas as coisas. As passagens finais são absurdamente comoventes. A música evapora como uma nuvem numa manhã cinzenta qualquer. Isso é uma metáfora da própria vida? Mahler queria dizer isso? Ao final, todos nós nos dissiparemos como um fiapo gasoso que vai se evolar na imensidão do tempo e da distância e, depois, virá o silêncio? É uma das mais bonitas e inquietantes reflexões da história da música.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Gustav Mahler (1860-1911) -

DISCO 01

01 - Symphony No. 3_ I. Kräftig. Entschieden

DISCO 02

01 - Symphony No. 3_ II. Tempo di menuetto. Sehr mäßig
02 - Symphony No. 3_ III. Comodo. Scherzando. Ohne Hast
03 - Symphony No. 3_ IV. Sehr langsam. Misterioso
04 - Symphony No. 3_ V. Lustig im Tempo und keck im Ausdruck
05 - Symphony No. 3_ VI. Langsam. Ruhevoll. Empfunden

DISCO 03

01 - Symphony No. 4 in G Major_ I. Bedächtig, nicht eilen (Live)
02 - Symphony No. 4 in G Major_ II. In gemächlicher Bewegung, ohne Hast (Live)
03 - Symphony No. 4 in G Major_ III. Ruhevoll, poco adagio (Live)
04 - Symphony No. 4 in G Major_ IV. Sehr behaglich (Live)

DISCO 04

01 - Symphony No. 9 in D Major_ I. Andante comodo (Live)
02 - Symphony No. 9 in D Major_ II. Im Tempo eines gemächlichen Ländlers. Etwas täppisch und sehr derb (Live)
03 - Symphony No. 9 in D Major_ III. Rondo-Burleske. Allegro assai (Live)
04 - Symphony No. 9 in D Major_ IV. Adagio. Sehr langsam und noch zurückhaltend (Live)

Symphonieoschester des Bayerischen Rundfunks
Bernard Haitink, regente

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